segunda-feira, 5 de março de 2012

"Eu vivo num momento tão recente, que o amanhã é uma pessoa que ainda não conheço e, por isso, nem sei se gosto dela tanto quanto gostaria se pudesse prevê-la. E eu amo este meu hoje porque sei exatamente o que preciso produzir ou deixei de fazer, o que senti, quem conheci, o que aprendi, o que sugeri, quem abracei, as gargalhadas que dei, os instantes em que fui engraçada para alguém, se tive apetite ou preguiça ou sono ou disposição ou qualquer outra sensação. Sem anestesia, sem medo. Na entrega, eu vivi as horas e convivi com cada um dos meus minutos. Tenho tanto respeito e gratidão por cada átimo de segundo de vida, que celebro todos eles. E otimizo o meu tempo ao máximo para que a minha existência não tenha qualquer vácuo de respiração. A única coisa que sei e que me importa, é que ainda estou desembrulhando o meu presente e que ele é perene, e sempre cheio de frescor de tão recente. Expectativas assopro no vento."

Marla de Queiroz